História e Relevância do ISupport
Em março de 2015, realizou-se em Genebra a primeira Conferência Ministerial sobre a Ação Global contra a Demência (WHO, 2015), que contou com a participação de 89 Estados-Membros, além de organizações relacionadas, pessoas que vivem com demência e os seus cuidadores informais. A conferência terminou em um "Chamado para Ação", que inclui o fortalecimento do apoio e dos serviços prestados aos cuidadores como ações importantes, além de ter por objetivo facilitar inovações tecnológicas e sociais para atender às necessidades dos cuidadores.
De forma a atender metas mundiais de suporte e controle da demência e formular estratégias tecnológicas para a solução de problemas epidêmicos, a OMS desenvolveu o programa iSupport for Dementia (WHO, 2016). Trata-se de um programa online que usa estratégias de intervenção eficazes apresentadas em estudos anteriores, baseado em evidências, interativo, seguro, flexível e escalável que permite que os cuidadores desenvolvam capacidades, pensamentos positivos e habilidades para cuidar de um membro da família com demência em casa. Este programa foi criado como parte de um grupo de ações da OMS chamado Mental Health Gap Action Programme (mhGAP), que visa aumentar os serviços relacionados a transtornos mentais, neurológicos e de uso de substâncias psicoativas para países com baixa e média renda.
Para o desenvolvimento do iSupport, a OMS contou com pesquisadores e profissionais de diversas instituições do mundo. Uma estrutura organizacional foi estabelecida, constituída por grupos de direção, projeto, desenvolvimento de conteúdo, peritos internacionais e de construção. O grupo de direção teve a responsabilidade final pela execução do projeto e foi composto por membros da OMS, que tomaram decisões estratégicas para o desenvolvimento do programa iSupport e para os testes de campo. A equipe de desenvolvimento de conteúdo foi liderada pela OMS com a ajuda da Universidade de Stanford (USA), Universidade de Flinders (Austrália) e Trimbos (empresa tecnológica na Holanda). As atividades foram editadas de acordo com as diretrizes para 'Making Your Printed Health Materials Senior Friendly ' formulado pelo National Institute on Aging, e a equipe de comunicação da Alzheimer's Disease International verificou a linguagem de todas as atividades. O painel internacional de peritos consistiu em especialistas no campo das intervenções na internet para cuidadores de pessoas com demência de diferentes regiões do mundo. Este funcionou como um órgão consultivo para o desenvolvimento de conteúdos e adaptação cultural do iSupport. O grupo de construção tem sido responsável por fornecer configuração contínua do conteúdo em um programa eletrônico atrativo e fácil de usar.
O iSupport providencia informação, treinamento e suporte, utilizando técnicas de resolução de problemas e de intervenção cognitivo-comportamental, atendendo às necessidades dos cuidadores. O programa é organizado em cinco módulos principais, divididos em 23 tópicos sobre: (a) conceitos e informações sobre a demência, (b) conceitos sobre ser um cuidador, (c) cuidar de si, (d) como lidar com atividades da vida diária da pessoa com demência, e (e) como lidar com comportamentos desafiadores em demência. Todo o conteúdo do iSupport é baseado em pequenos exercícios com feedback instantâneo com a teoria integrada. O desenvolvimento foi realizado e orientado por especialistas nesta área, que não só estavam familiarizados com evidências recentes, mas também trabalhando com o grupo-alvo em diferentes regiões do mundo. Grupos focais com familiares de pessoas com demência e com profissionais foram realizados na Índia e nos Estados Unidos para informar o conteúdo. Temas gerais emergentes sobre o conteúdo foram incluídos na versão genérica em inglês do iSupport, mas adaptações específicas para cada país e cultura podem ser feitas durante a adaptação transcultural em cada país.
REFERÊNCIAS
WHO. (2015) First WHO Ministerial Conference on Global Action Against Dementia.
WHO. iSupport: An e-health solution to support caregivers of people living with dementia. In: World Health Organization, M. H. (Ed.). Genebra. 2016.
